Antes afamadas, relevantes e sempre comentadas, hoje as Mesas Redondas voltadas para o futebol descansam em paz, quase sem serem notadas pelo público.

É o resultado da troca do jornalismo pelo entretenimento e também da covardia que atinge desde a Editoria até os próprios membros desses programas.

Nas décadas de 80 e 90, o formato chegou a atingir expressivos 8% de audiência.

Hoje, quando chega a ½ %, os espumantes são abertos para comemoração.

Nada do que é dito nesses debates, nos dias atuais, tem a menor relevância.

Fala-se apenas do que o torcedor já está cansado de ver e escutar durante todo o dia, como as chatíssimas analises táticas (quase todas equivocadas ou resultado de “chute”), os questionamentos de que se houve ou não penalidade, se fulano deveria ser expulso, etc.

Nada que prenda a atenção do telespectador.

Ninguém se aprofunda sobre temas relevantes, no máximo, toca-se num ou outro assunto, sem que opiniões fora do politicamente correto sejam emitidas.

Verdades de bastidores costumam ser vetadas para que os jornalistas não se indisponham com os clubes e seus dirigentes.

Os entrevistados, então, quase sempre são amigos dos entrevistadores, ou, quando não, pagam para estar ali e serem bajulados.

Não se faz perguntas que possam deixar o entrevistado “chateado”, impedindo que o público tenha acesso a possíveis contradições ou informações que anteriormente surgiam de surpresa.

Os próprios jornalistas, receosos de seus empregos, acomodaram-se, e sequer brigam por uma melhor condição de trabalho, submetendo-se ao sistema, e, por consequência, perdendo credibilidade.

Hoje, nas principais emissoras do país, o público assiste à morte gradual desse tipo de programa, pelo menos dos que sobraram, alguns até com passado interessante, mas que hoje são caricaturas mal desenhadas de jornalismo, servindo apenas para vender produtos e jogar conversa fora.

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