Andres laranja

O jornal “Valor Econômico” divulgou, durante a semana, que a Operação “Lava-Jato”, que apura crimes envolvendo empreiteiras, políticos e a Petrobras, em ação de busca nas empresas de Mario Frederico Goes, operador da propina na Estatal, encontrou documentos que indicam possibilidade de “Lavagem de Dinheiro” nas negociações envolvendo os atletas Lodeiro e Maicosuel, ambos ex-Botafogo/RJ.

Fato é que, em relação ao uruguaio, o negócio realizado com o Corinthians sempre foi mal explicado.

Primeiro falou-se em pagamento de R$ 4,5 milhões por 50% dos direitos do jogador, ficando os outros 50% nas mãos de tratados “investidores que não podem aparecer”.

Depois, descobriu-se que fazia parte do negócio o empréstimo de Sheik, em que o clube tornou-se “Fiador” do salário de R$ 500 mil, mas acabou pagando tudo integralmente, sem cobrar do Botafogo, adquirindo, pelo pagamento, percentuais do que pertenceria aos tais “investidores”, que agora a Polícia Federal parece ter descoberto quem são.

O empresário de Lodeiro é Gerardo Cano, conhecido por ligações com grupos complicados do futebol.

Diz trecho do Valor Econômico:

“A PF encontrou um comprovante de transferência eletrônica no valor de R$ 150 mil da conta de Goes para a do Botafogo e uma cópia de um acordo “estritamente confidencial”. É um aditivo ao empréstimo de Lodeiro, que estava no Botafogo, e foi para o Corinthians. Segundo a investigação, “o Corinthians obrigou-se a pagar ao Botafogo e aos intervenientes anuentes (Mario Goes, entre outros) nas proporções estabelecidas no contrato firmado em 10 de julho de 2014, a quantia líquida de R$ 2,16 milhões”. O Botafogo cedeu Lodeiro ao Corinthians nesta época – ou seja – tudo leva a crer que o documento seja parte da transação em que o Corinthians adquiriu os direitos econômicos do jogador.”

Mas os problemas do Corinthians com a “Lava-Jato” não param por ai.

Já é sabido que investigações de transações da Odebrecht (inclusive com cooperação da Divisão Anti-Máfia Italiana) podem desembocar em procedimentos usuais da construtora para divisão de propina, oriunda de sobrepreço acertado em aditivos posteriores ao início das obras.

O Corinthians fez no mínimo dois, que resultaram no preço final R$ 700 milhões acima do orçado inicialmente para as obras do “Fielzão”

Há também os depoimentos do empresário Ricardo Pessoa, da Construtora UTC (indiciado por pagamento de propina a Petrobras), que está arrolando como testemunhas de defesa todos os deputados a quem a empreiteira realizou doações nas últimas eleições.

Entre os quais, Andres Sanches (PT), ex-presidente do Corinthians.

Suspeita-se, conforme reportagem publicada em nosso blog (você confere no link abaixo), que os valores podem ter sido utilizados para remunerar o “Caixa 2” do PT.

Provável delação premiada da UTC preocupa Andres Sanches e Edinho Silva, responsável pelo “Caixa 2” de Dilma Rousseff (PT)

O Botafogo, em Nota Oficial, negou as acusações, o Corinthians, até o momento, não soube, não pode ou não quis responder.

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